No dia 15/06/2021, vários vereadores de Belém, numa conduta típica de bolsonaristas, atacaram os cidadãos belenenses que são contra o PLC 01/2020, que permite a construção de atacadões na Orla de Belém, o que vai aumentar drasticamente o calor na capital paraense.
O vereador Emerson Sampaio (PP), ofendeu com termos como “politicagem covarde” e chamou de “massa de manobra” os que manifestavam contra o PLC do Calor no lado de fora da Câmara Municipal de Belém. Além de dizer que “não vota por pressão”, demonstrando total despreze pelos eleitores. Por fim, ainda disse que se tratava de um “ato politiqueiro da esquerda”, uma típica estratégia fascista de polarizar o debate e adjetivar estereotipando quem tem opinião diferente.
O vereador Roni Gás (PROS) demonstrou total desrespeito à democracia e ao contraditório, quando rasgou um manifesto que descrevia os impactos ambientais do projeto, enquanto proferia também termos ofensivos como “politicagem” e “manobra com o povo”.
O povo de Belém quer pleno emprego, quer saúde de qualidade, investimento no comércio da região, um planejamento econômico e urbano de verdade, onde beneficie a economia local, a utilização dos portos da cidade, o setor industrial em parceria com a região metropolitana, etc..
O vereador Fabricio Gama (DEM), foi ainda mais longe no blefe, proferindo que a construção de atacadões na Orla de Belém vai gerar “25 mil empregos e 10 milhões em impostos”. O povo de Belém gostaria de ver de onde o vereador tirou esses dados surreais.
O vereador Mauro Freitas (PSDB), filhote do Zenaldo, como é de costume, agiu de forma grosseira e estúpida, afirmando que o discurso de que é contra o projeto é só um “CD gravado”, além de menosprezar os pareceres técnicos apresentados pela vereadora Bia Caminha (PT), que descreve os riscos ambientais do projeto e desafiou quem é contra a apresentar um projeto de desenvolvimento para a cidade. Este desafio até que é coerente. Mas duvidamos da coerência do vereador quando ele, assim como seus colegas insistem em comparar Belém com cidades que investiram mais no turismo como Fortaleza e Recife, pois este projeto não apresenta nada a este respeito. A não ser que o nobre vereador considere Atacadões como pontos turísticos.
O vereador Fabio Souza (PSB), também se utilizou da balela de que vai gerar empregos e também fez a estapafúrdia comparação com Fortaleza, como se o turismo da capital cearense fosse baseada em Atacadões. O vereador do Partido Socialista Brasileiro, ironicamente atacou a “esquerda” e ainda chamou a Câmara Municipal de Belém de “Picadeiro”, onde “tem trapezistas, engolidores de faca, os acrobatas, e alguns palhaços”.
A conduta dos vereadores acima, além de ser uma grave falta de decoro, é preocupante com relação a representatividade do povo na Câmara Municipal de Belém, pois os vereadores mencionados demonstraram total falta de zelo pelos trâmites da casa, pelas opiniões divergentes e, sobretudo, pelos anseios da população. Estamos presenciando as consequências de um Governo Federal intolerante e esperamos que isso não continue se refletindo na postura dos vereadores citados.
Todavia, cita-se a conduta do presidente da casa, Zeca Pirão (MDB) que, apesar de ter este posicionamento lamentável, não houve intolerância em sua fala. Bem como na fala do vereador Matheus Cavalcante (CIDADANIA), que corretamente destacou a importância de “ouvir os dois lados” e a necessidade de se fazer “um debate sério”.
É necessário alertar o quanto é perigoso estes tipos de posicionamentos intolerantes, sectários, extremistas, maniqueístas, etc.. Os vereadores citados tentaram aprovar o projeto sem a participação popular e, quando surgiu o contraditório, começaram a atacar e adjetivar ofensivamente.
A sociedade não pode aceitar este tipo de conduta. Assim como a prefeitura e os vereadores da base devem começar a se impor perante este tipo de atitude e também chamar o povo pra discussão, se não quiserem ser engolidos futuramente.